12.9.06

cumplicidade

Eu já senti esse olhar a queimar-me a nuca, a incendiar as covinhas do meu sorriso, a paralisá-lo em momentos que não acabam nunca e que se enchem de uma eternidade de outros momentos que já foram ou que estão ainda para acontecer. Já vi a cor dos teus olhos mas não consigo revesti-lo de palavras. E mesmo que, num instante fugaz de inspiração celeste o conseguisse, talvez mais ninguém, só tu, fosses perceber que aquele era o teu brilho que me queima, me incendeia e paralisa. Nos sonhos todas as cores se transfiguram, e este sonho é só meu.
Olhei-te nos olhos, e vi reflectida neles a minha imagem mais secreta.